Qual é a música? Você pode acertar já no primeiro segundo!

Nosso cérebro é mesmo rápido no gatilho. Em bem menos que um segundo, ele já consegue responder diferente se ouvimos uma música familiar ou outra desconhecida.


O cérebro humano é capaz de reconhecer uma música familiar em menos de um segundo. Pesquisadores da University College of London demonstraram recentemente que, quando se trata de uma música familiar, o cérebro é capaz de reconhecê-la em 100 a 300 milissegundos, apontando o grau que essas músicas estão presentes em nossa memória. O estudo foi publicado no final de outubro na conceituada revista Scientific Reports.

Os voluntários da pesquisa listaram cinco músicas que tinham bastante familiaridade e os pesquisadores escolheram uma delas. Os pesquisadores ainda escolhiam uma música desconhecida pelos voluntários, mas que tinham a mesma estrutura de melodia, ritmo, instrumentação, de vocais e harmonia. Ao apresentarem por menos de um segundo as músicas conhecidas e desconhecidas de forma aleatória, evidenciou-se que as músicas familiares provocavam respostas do sistema nervoso central entre 100 e 300 milissegundos, algo que não aconteceu com as músicas desconhecidas. Essa resposta cerebral foi medida através de eletrencefalografia e dilatação pupilar, refletindo respostas de excitação a estímulos emocionalmente relevantes. Um grupo controle foi composto por estudantes asiáticos que só experimentaram músicas desconhecidas e essas respostas rápidas não ocorreram em nenhum dos voluntários.

Os achados, além de expandirem o conhecimento da neurociência, podem ter aplicações em uma série de intervenções terapêuticas baseadas na música. Doença de Alzheimer é um exemplo de futuras aplicações, condição em que a memória musical é desproporcionalmente bem preservada.

E por falar em música, o periódico Current Biology publicou um estudo muito interessante este mês, conduzido pelo Instituto Max Planck na Alemanha e colaboradores, mostrando que as músicas que julgamos prazerosas são aquelas em que existe um balanço entre surpresa e previsibilidade. Sentimos prazer quando estamos certos quanto ao próximo acorde e somos surpreendidos com algo bem diferente. Ao mesmo tempo, é prazeroso quando estamos incertos quanto aos próximos acordes e ouvimos algo previsível. Os pesquisadores mapearam as regiões do cérebro envolvidas nessa interação sinergística (amígdala, hipocampo e córtex auditivo), sendo que o nucleus accumbens mostrou-se ativado apenas com o fenômeno da incerteza.

Confira o áudio da coluna Cuca Legal, uma parceria do ICB com a Rádio CBN Brasília:

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