O Eletrencefalograma (EEG) é uma tecnologia capaz de extrair informações do funcionamento cerebral de extrema importância para a prática clínica.

As células nervosas do cérebro podem ser comparadas a mini-baterias como as dos automóveis. Elas têm seu pólo negativo e positivo e o que o Eletrencefalograma permite registrar é a diferença de potencial elétrico em microvolts entre diferentes pontos do cérebro.

Na prática, o exame é realizado através da colocação de eletrodos na superfície da cabeça do paciente que são conectados a um amplificador que aumenta a amplitude do sinal elétrico gerado pelo cérebro milhares de vezes permitindo a análise gráfica das oscilações desta atividade.

Cada linha do traçado representa o registro da diferença de potencial entre dois pontos do encéfalo ao longo do tempo (eixo x: cada intervalo corresponde a 1 segundo; eixo y: potencial em microvolts). As diversas linhas do traçado nos dão a informação dos potencias elétricos da maior parte da superfície cerebral, formando um mapa topográfico.

A colocação dos eletrodos é realizada pelo técnico em Eletrencefalografia. A análise do exame e a emissão do laudo é realizada por médico neurologista com formação em Neurofisiologia Clínica. A interpretação do exame consiste na avaliação qualitativa do perfil de distribuição das ondas cerebrais. Tanto no estado de vigília quanto na sonolência e sono, há uma distribuição normal dos ritmos cerebrais, e isto é variável de acordo com a idade. Em alguns transtornos neurológicos esta distribuição de ritmos encontra-se alterada, assim como é possível a identificação de ondas com padrão morfológico patológico. Esse é o caso das ondas agudas e espículas encontradas no pacientes com o diagnóstico de epilepsia.

Os aparelhos mais modernos permitem a transformação deste sinal elétrico em informação digital, o que tornou possível a incorporação dos avanços da informática no EEG. Um dos avanços nesse sentido foi o Mapeamento Cerebral (“Brain Mapping”) que permite a obtenção de informações quantitativas sobre a atividade elétrica cerebral de base, comparando variações inter- e intra-hemisféricas e adicionar tabelas, gráficos e figuras ao registro do traçado, auxiliando a interpretação dos dados obtidos. Essas ferramentas auxiliam o neurofisiologista a registra alterações que o olho humano não é capaz de detectar, especialmente em situações de anormalidades mais discretas, sendo muito úteis no acompanhamento evolutivo de transtornos neurológicos que cursam com alteração da atividade de base do EEG.