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Casais fortalecem a relação quando assistem filmes ou séries juntos
Dividir uma história imaginária pode fazer com que um casal fique mais próximo e isso pode acontecer até mesmo em relacionamentos a distância.
Uma série de pesquisas tem demonstrado que os efeitos desse hábito vão muito além de um passatempo ou diversão quando se pensa na vida de casal. Os casais têm a tendência em transformar a identidade de “eu” e “você” para uma outra compartilhada de “nós”. Uma grande ferramenta para essa transformação é uma rede social em comum, como parentes, colegas de trabalho e amigos em comum. Os casais que têm a oportunidade desse compartilhamento costumam ser mais satisfeitos no relacionamento e têm menos chance de rompimento.
Entretanto, na correria do dia a dia, essa malha social, para muitos casais, torna-se difícil e vivenciar uma história de ficção juntos pode contrabalancear. É como se o casal sentisse inconscientemente que vive inúmeras conexões sociais em comum. Estudos mostram que quanto mais os casais dividem a experiência de filmes e séries mais próximos eles se sentem. Isso foi ainda mais relevante para os casais que dividiam poucos amigos no mudo real. E não é só isso. Os casais que relatam poucos amigos em comum são os que mais desejam vivenciar histórias de ficção juntos.
Psicólogos têm incentivado os casais a assistirem filmes/séries e uma pesquisa de Rochester nos EUA mostrou que aqueles que assistiam e discutiam filmes sobre relações de casais tinham menos chance de se separar após três anos de acompanhamento.
Não podemos dizer ainda que assistir a uma temática sobre relações de casais é mais eficiente do que outro tipo de assunto. Mesmo assim, paro para pensar na experiência da literatura e a capacidade de perceber as emoções dos outros. Obras de ficção literária, leia-se livros premiados, estimulam a imaginação e o pensamento criativo, incentivando a sensibilidade necessária para a compreensão da complexidade emocional dos personagens. Assim como na vida real, os mundos retratados na ficção literária são repletos de indivíduos cuja intimidade raramente é revelada e, por isso, exigem uma investigação emocional. Na ficção popular, os personagens são mais estereotipados em suas descrições, mais previsíveis, e o que importa mesmo é o enredo. Na tela da TV não deve ser muito diferente.
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Você tem o seu médico de confiança?
Não há como negar que a incorporação da tecnologia à medicina trouxe consigo um processo de desumanização, de despersonalização, em que o médico quer saber da doença, mas muito pouco da pessoa doente. Muitos daqueles que procuram ajuda médica também já absorveram uma cultura de tecnologia da saúde que por vezes chega a dificultar a relação médico-paciente. O médico pode dar um diagnóstico correto, mas é freqüente o paciente só se convencer do diagnóstico quando um método gráfico confirma as palavras do médico. A situação fica ainda mais difícil no caso de doenças em que o diagnóstico é absolutamente clínico, como é o caso das doenças psiquiátricas, fibromialgia, enxaqueca, e tantas outras. Não tem jeito de fotografar estas doenças. Também é freqüente, numa primeira consulta, o paciente antes mesmo de falar sobre ele e suas queixas colocar sobre a mesa uma pilha de exames solicitando um parecer sobre as fotos e medidas dos seus órgãos.
A medicina como negócio pode dificultar ainda mais uma relação médico-paciente ideal. O médico por um lado é influenciado pelo potencial retorno financeiro que o paciente tem a oferecer ou não. Isso pode funcionar como o garçom de um restaurante que trata melhor determinado cliente, pois sabe que ele dá gorjetas caprichadas. Por outro lado, o paciente também pode ter uma relação com o médico influenciada pela ideia de negócio, e inconscientemente age como se estivesse consumindo um produto. Se a comida no restaurante atrasa um pouco, o consumidor pode exigir pressa, até de forma mal-educada, e pode ser que a comida chegue à mesa de forma mais rápida e com a mesma qualidade. É difícil imaginar que um médico consiga oferecer o mesmo nível de atenção a um paciente que já entra no consultório de forma ríspida cobrando seus direitos de consumidor. Isso faz com que o encontro entre médico e paciente deixe de ser um momento de alguém precisando de ajuda e o outro preparado e disponível a ajudar.
A chance de sucesso do encontro entre médico e paciente é ainda menor quando a escolha do médico é baseada no caderninho das operadoras de saúde. Os usuários esforçam-se para acertar o especialista que cuidarão melhor de suas queixas e freqüentemente escolhem o especialista errado. Aliás, é bem mais comum as pessoas contratarem um marceneiro para fazer um móvel por indicação de alguém do que por uma escolha aleatória na lista telefônica. A indicação de um arquiteto costuma ser mais certeira que a de um amigo ou parente, já que eles têm mais crítica do desempenho de profissionais que atuam na sua área. Por essas e por outras, eu sempre incentivo as pessoas a terem um médico de confiança e que ele seja o primeiro a ser procurado quando surge alguma nova queixa de saúde. Se ele não conseguir diagnosticar e tratar o problema, ele saberá indicar o especialista certo e de confiança.
A tecnologia médica não reduziu em nada a importância de médicos generalistas como os clínicos gerais, geriatras, pediatras e médicos de família. Muito pelo contrário, a tecnologia tem os tornado ainda mais completos. Profissionais bem formados nessas áreas e que inspiram confiança são ótimas opções para assumir o papel de médico de referência, mas especialistas de áreas clínicas também podem desempenhar bem essa função (ex: gastroenterologistas, infectologistas, endocrinologistas, cardiologistas, nefrologistas, neurologistas, oncologistas).
E então? Você já tem o seu médico de confiança?